sábado, 18 de dezembro de 2010

Considerações Finais


Através da pesquisa baseada em "Stuart Hall", concluimos que a identidade torna uma celebração móvel: formada e transformada continuamente em relação as formas pelas quais somos representadas e interpretadas nos sistemas culturais que nos rodeiam. É definida historicamente, e não biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor do " eu" coerente. Dentro de nós há identidades contraditórias empurrando em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas. Se sentimos que temos uma identidade desde o nascimento até a morte é apenas porque construímos uma cômoda da estória sobre nós mesmos ou uma confortadora narrativa do "eu'.

Atrativos dos Festejos Juninos em Estância - Se

O Barco de Fogo

Barco de Fogo

Segundo João Luiz, 31 anos, professor, diretor da Casa da Cultura de Estância, o barco de fogo originou-se do imaginário de um menino, que fez um baquinho de papel e colocou fogo nele no quintal de sua casa, e quase acontece um incêndio, seu nome Chico Surdo. Hoje conhecido nacionalmente.

Chico Surdo - Idealizador do Barco de Fogo


Guerra de Buscapé e Espada de Fogo




Geralmente o povo estanciano costuma fazer esta prática em um local protegido e apropriado, próximo ao Forródromo João Alves Filho, no bairro São Jorge.


Pisa de Pólvora - acompanhada de Samba de Coco 

Preparação da pólvora ao som do samba de Coco

Cerca de cinco ou mais pessoas, varia de acordo com o tamanho do Pilão. A pisada acompanha o ritmo do Samba de coco que é entoado pelos presentes junto com o revezamento dos batedores, podendo também os visitantes participarem.  De repente aquela batida cadenciada, é interrompida pelo Pirotécnico que experimenta a pólvora isto é a mistura, para ver se já está no ponto. 

Quadrilha de Estância

 A quadrilha Arreio de Ouro foi um dos destaques culturais mais belos dos festejos juninos de Estância.

Quadrilha Arreio de Ouro


 







 

Entrevista com o professor e diretor da Casa da Cultura, João Luiz Lima Santos.

1º) O nome do entrevistado?
"João Luiz, 31 anos, professor, diretor da Casa da Cultura de Estância, sempre morou em Estância."

2º)O que você sabe sobre Estância ?
 "Estância hoje é a representação nacional dos festejos juninos, uma cidade bonita, limpa, muito bem organizada, acolhedora.Além de tudo isso, aqui ocorrem alguns eventos públicos, toda sexta-feira à noite  tem algum evento,hoje dia 29 outubro de 2010,iremos ter o privilégio de assistir na praça Capitão Salomão, conhecida também como Praça da Catedral,uma banda ótima,Arraiá  do Cebinho ( infelizmente já falecido). Existe aqui também a Leitura de Cordel,é de grande importância para nossa cidade,pois conta a vida da localidade,temos:
A Prª Salete Nascimento, poetisa e cordelista, nascida em 26 de março de 1948 no município de Nossa Senhora das Dores, transferiu-se para Estância onde,veio a constituir família, tendo como obra : A Peleja de Zeca Aleijado e Duca do Urubu, Os inspirados por Deus,  O Mosquito que ataca o Homem E Mata Sorrindo.                                                                                          
Antônio Batista, um dos melhores cordelista, conhecido como Antônio do porto, valorizando o cordel com toda força do seu ser."

3º)Quando deu início as festividades juninas de Estância?
"Segundo alguns historiadores o nome Estância, era nome de gado, era uma grande fazenda, quando tudo iniciou, em um povoado Santa Luzia, tendo como 1ª atividade econômica o gado."

4º)Qual a origem do barco de fogo?
"Originou-se mais ou menos há 30 anos  atrás, Chico Surdo era um pescador que tinha o sonho de ser marinheiro. Foi ele que inventou de amarrar um buscapé num quadro de São Pedro e pendurar num varal de roupa.
Quando ateou fogo, viu que o negócio tinha dado certo. Daí passou a fazer os barquinhos, com 1m de comprimento e deu o nome de barco de fogo. Chico Surdo e até hoje conhecido nacionalmente."

5º)Sabemos que Estância,é uma das cidades de renome,no âmbito dos  festejos juninos.Diante dessa realidade,qual o seu ponto de vista em participar desse tipo de festividade?
"É de grande importância, esse tipo de festividade, porque Estância representa de forma nacional os festejos juninos, além do forró eletrônico, existe o foco nas quadrilhas, o barco de fogo, o buscapé, que são as atrações, onde acontecem os espetáculos pirotécnicos no Forródromo João Alves Filho, localizado no bairro São Jorge e a  procissão onde engloba o sagrado e o profano,com o apoio do prefeito Ivan Leite. Estância faz seu diferencial com: A procissão, com a benção do pároco, iniciando com a queima da fogueira lembrando o Santo São João, na igreja Nossa Senhora de Guadalupe, As batucadas, que lembram o samba de coco, porem com uma pisada diferente, O seu buscapé, desde o corte do bambu ate sua preparação total, O barco de fogo lembra Chico Surdo.
Ø
Obs:A igreja leva esse nome não é por mera semelhança,e sim porque seu fundador era de origem castelhana (México),chamado Pedro Homem da Costa,é o mesmo nome da padroeira da sua cidade ,portanto a padroeira de Estância ,ocorreu em  06 de setembro de 1621."

6º)Aqui em Estância existe museu ?
"Não, porém existe a Casa da Cultura de Estância, onde tem algumas fotos que ajudam a contar a história sobre a cidade."

A Identidade Cultural na pós-modernidade do povo Estanciano


A identidade em questão: as identidades, que por muito tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até então visto como sujeito unificado.As identidades surgem de nossos "pertencimento" a cultura, étnicas, raciais, linguísticas, religiosas e, acima de tudo , nacionais. O conceito de identidade é demasiadamente complexo, muito pouco reconhecido e compreendido na ciência social contemporânea.
Um tipo de mudança estrutural está transformando as sociedades modernas no final do século xx. Isso está fragmentando as paisagens culturais de classe, gênero , sexualidade, etnia, raça e nacionalidade que no passado, nos tinham fornecido sólidas localizações como indivíduos sociais. Estas transformações estão também mudando nossas identidades pessoais, abalando que temos de nós mesmos como sujeitos integrados. Esta perda de um "sentido de si” estável é chamada de deslocamento ou descentralização do sujeito, esse deslocamento ou descentralização dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmo- constitui uma "crise de identidade" para o indivíduo. 


De acordo com a nossa pesquisa, observamos que apesar da globalização, o povo estanciano ainda preserva os seus costumes mantendo o valor histórico, social e econômico bem como reconhecendo o artefato pictórico junino, que é, inclusive, o carro-chefe da propaganda midiática dos Festejos Juninos Sergipanos dentro e fora do Estado, numa prova inconteste do seu valor, como Patrimônio Cultural e Imaterial de Estância.

Pesquisa de Campo.

A pesquisa de campo promoveu-nos um aprendizado incisivo, interativo e dinâmico, apesar das dificuldades encontradas no que diz respeito a distância, ao horário do entrevistado bem como localizá-lo devido a sua agenda de trabalho estar completamente cheia. Porém, com a nossa determinação, conseguimos realizar a entrevista (que consta no blog) com o professor , diretor da Casa de Cultura, João Luiz Lima Santos, pudemos perceber a sua dedicação e paixão em valorizar as raízes culturais, que a cidade de Estância tem. Não deixando sua origem e seus feitos se perderem na evolução de tanta transformação e tecnologia.
Os estancianos cultivam suas tradições, mas também empenham-se em expandir seus valores culturais para outras cidades e estados, despertando no indivíduo o interesse e a valorização da cultura como alicerce na vida do ser humano, buscando assim a sua identidade cultural na pós- modernidade.

Localização


Mapa de Sergipe (Localização de Estância)
A cidade de Estância - Se, denominada por  Dom Pedro II como o Jardim de Sergipe, a cidade dos sobrados azulejados, das festas juninas e do barco de fogo, ainda possui um belo acervo arquitetônico, apesar das constantes perdas provocadas por destruições e mutilações de prédios históricos. Localizada a 68 km de Aracaju, pela BR- 101.